IFC integra missão técnica à Alemanha sobre Educação Profissional e Transição Energética

A reitora do IFC,  Sônia Regina de Souza Fernandes, representou a instituição em uma visita técnica a universidades, empresas e institutos tecnológicos na Alemanha, realizada de 29 de setembro a 4 de outubro, com o objetivo de trocar experiências e aprofundar conhecimentos em novos desenvolvimentos tecnológicos no âmbito da transição energética e nos reflexos na educação profissional e superior. A programação foi organizada pela Agência Alemã para Cooperação Internacional (GIZ) e faz parte do projeto “Profissionais para Energias do Futuro”, desenvolvido pela entidade em parceria com os Ministérios da Educação (MEC) e de Minas e Energia. A comitiva brasileira contou também com representantes do MEC, das universidades federais, dos Institutos Federais Sul Rio Grandense, do Ceará e de Rondônia, e do Sistema S.

Está não é a primeira vez que o IFC participa de uma missão técnica junto à GIZ. Em 2016, o pró-reitor de Extensão, Fernando Garbuio, integrou a equipe que foi à Alemanha para uma visita semelhante, tendo como tema “Educação Profissional e Capacitação na Área de Energias Renováveis e Eficiência Energética”.

“Por meio da visita, foi possível ter clareza da importância de se estabelecer uma cultura institucional no âmbito das energias renováveis e das iniciativas que devemos adotar para a sustentabilidade do planeta no futuro”, conta a reitora, “tanto nas ações administrativas – como, por exemplo, a viabilização da aquisição de placas fotovoltaicas para os campi – quanto no âmbito dos currículos de nossos cursos, especialmente daqueles que trabalham diretamente com tecnologia, para os quais questões como energias renováveis adquirem uma dimensão ainda maior”.

“A missão foi muito importante para o estabelecimento de parcerias de mobilidade e internacionalização para nossos estudantes e professores”, prossegue Sônia. “A presença in loco de uma representante do IFC ajuda na aproximação com as instituições que nos receberam na Alemanha. E já existe, no Instituto, um trabalho de preparação para isso; um exemplo é a criação do Centro de Línguas, para que os intercambistas já tenham a facilidade do idioma”.

Educação Dual – Outro objetivo da visita foi conhecer de perto o modelo alemão de formação profissional dual, que envolve a oferta de 60% do currículo nas instituições de ensino e 40% dentro das companhias – nas quais os alunos estudam e trabalham, recebendo inclusive bolsas de estudo. A parcela da formação que cabe às empresas é financiada pelas mesmas e têm currículo próprio, acompanhado de perto pelo Ministério da Educação da Alemanha.

“Foi um processo de muita aprendizagem, principalmente para uma compreensão mais profunda do modelo de educação dual alemão; como essa formação básica obrigatória se dá no contexto também da formação técnica em parceria com as empresas e indústrias daquele país”, afirma Sônia. “Eu pude conversar diretamente com os responsáveis em universidades e institutos que trabalham com a formação dual e também conhecer o centro de formação profissional da Bosch. No dia em que fomos à empresa, os estudantes estavam lá, trabalhando, e pudemos ver com é que dá a sua inserção no mundo do trabalho. E, no último dia de viagem, o vice-ministro nos recebeu e explanou as dimensões jurídica, administrativa e pedagógica da formação dual”

A reitora do IFC ressalta que o sistema não compreende qualquer tipo de subsídio estatal ou isenção fiscal. “Quando o vice-ministro da Educação foi perguntado sobre qual é a contrapartida do modelo dual para as companhias, ele foi taxativo: ter à disposição um profissional qualificado, formado dentro dos padrões exigidos por aquela empresa e pela indústria como um todo”, diz.

“A partir deste contato próximo e rico com um modelo consolidado e bem sucedido da aproximação com o mundo de trabalho, pode-se traçar um paralelo com a educação profissional no Brasil”, prossegue Sônia, “no sentido de que temos tradição na área, mas ainda há a necessidade de uma relação melhor com os diferentes atores do mundo do trabalho. A partir daí, é possível pensar em uma reorganização futura dos currículos brasileiros, levando em conta a legislação e a realidade do país, para que esta necessidade seja suprida”.

Texto: Cecom/Reitoria/Thomás Müller
Imagens: Divulgação