Iniciativas diferentes no ensino de matemA?tica auxiliam na quebra de tabus com a matA�ria

Primeira fase do curso de Engenharia de Controle e AutomaA�A?o. Estamos no Instituto Federal Catarinense (IFC) a�� Campus Luzerna. Primeira aula com a professora RanA?zy Borges Neves. A docente entra na sala. Em um dos braA�os, o material bA?sico: livro, caderno, caneta, anotaA�A�es. No outro, um violA?o a�� e seja bem-vindo A� disciplina de Geometria AnalA�tica.

Vai comeA�ar o processo de encantamento entre os estudantes e a matemA?tica. Nada de apresentaA�A�es bobas de primeira aula: aqui a professora entrega a letra de uma parA?dia da mA?sica Gostava tanto de vocA?, do Tim Maia. Com voz e violA?o, RanA?zy desarma qualquer rejeiA�A?o A�s ciA?ncias exatas. Ah, sim: os estudantes precisam dizer o que de mais legal fizeram nas fA�rias e em que parte a matemA?tica foi utilizada a�� o dinheiro para as compras, a distA?ncia nas viagens, a quantidade de combustA�vel utilizado etc.

Depois, com uma folha de jornal, os futuros engenheiros devem construir um objeto qualquer. A professora quer saber: cadA? a geometria na figura? Debates e opiniA�es divergem e se encontram. Voltam o violA?o, a cantoria e a matemA?tica. Vale tudo para espantar tabus e prA�-conceitos. RanA?zy tambA�m se fantasia de matemA?ticos gregos para introduzir o conteA?do a ser trabalhado. Mais parA?dias? SA? acessar o canal da professora no YouTube .

Da geometria passamos para A?lgebra. Desta vez com a professora Katielle de Moraes Bilhan. Em 2015, depois de identificar que os alunos estavam se queixando de que determinados macetes nA?o resolviam certas questA�es nas aulas da graduaA�A?o, foi criado o projeto de extensA?o a�?A?lgebra presente nos cA?lculos da engenhariaa�?. O objetivo era mostrar aos estudantes a construA�A?o lA?gica por trA?s de cada macete a�� aqueles tA?o difundidos no ensino bA?sico.

AcadA?mica de Engenharia de Controle e AutomaA�A?o, a aluna Amanda da Rosa embarcou no projeto, construindo uma apostila que desvenda as teorias por trA?s de cada um dos macetes. AlA�m de confeccionar o material, tambA�m participou de algumas aulas dos calouros de Engenharia MecA?nica, auxiliando as turmas. a�?O pessoal da graduaA�A?o sempre entra no curso com muitas dificuldades nas matA�rias de cA?lculo. O projeto de extensA?o me ajudou muito a conhecer as propriedades que eu deveria ter utilizadoa�?, conta Amanda.

O IFC a�� Campus Luzerna trabalha tambA�m com a oferta de cursos tA�cnicos integrados ao Ensino MA�dio. Como ninguA�m merece aquele papo de a�?dividir uma pizza em tantos pedaA�os, como uma e sobram tantasa�?, Katielle deu um novo sentido para o assunto. a�?Fizemos uma atividade de revisA?o de fraA�A�es e nA?meros decimais. Convidamos a servidora Angella de MendonA�a para ensinar os numerais em LA�ngua Brasileira de Sinais. Apresentamos tambA�m as fraA�A�es em Braile.a�?.

Outra professora do IFC, Soyara Biazotto, coordena o projeto a�?Qual A� sua dA?vida?a�?, junto com demais docentes do campus. a�?A ideia surgiu da procura dos alunos da graduaA�A?o, principalmente daqueles que reprovaram em disciplinas como CA?lculo e FA�sica. A ideia A� retomar aquela matemA?tica da educaA�A?o bA?sica (ensino fundamental e mA�dio)a�?, conta. O projeto inicia neste semestre, com 2 horas/aula por semana no turno noturno. As datas das aulas e os temas abordados jA? estA?o programados. As inscriA�A�es para os alunos do IFC estA?o abertas na Secretaria AcadA?mica.

Quebrando tabus

a�?Precisamos quebrar a ideia da matemA?tica como uma receita de bolo, trabalhando de forma integrada a outras disciplinas, ou mesmo junto ao cotidiano dos alunosa�?, fala a professora Katielle. a�?Um exemplo A� a funA�A?o de segundo grau, tambA�m conhecida por parA?bola. A� um conteA?do de 8A? sA�rie, Ensino Fundamental. Os alunos chegam dizendo que aquilo nA?o serve pra nada.a�?.

Refletindo sobre isso, a docente abordou o assunto da seguinte forma: em uma excursA?o de A?nibus, explicou que a funA�A?o lucro, com base no nA?mero de poltronas vendidas ou nA?o, pode ser reescrita como uma funA�A?o de segundo grau. a�?Ou seja: ao invA�s de trazer o conteA?do da forma tradicional, aplicamos a funA�A?o no problema de exemploa�?, diz.

Para a professora Soyara, no caso do ensino superior, a impressA?o geral A� a de que os problemas estA?o na base, lA? no Ensino MA�dio e Fundamental. a�?Acredito que seja uma das principais causas de reprovaA�A?o. No Ensino MA�dio Integrado que ofertamos aqui no IFC, estamos tentando recuperar essas deficiA?ncias assim que o aluno ingressa na instituiA�A?oa�?, explica.

Soyara afirma que, no caso das engenharias, nA?o hA? tanto preconceito com a matA�ria, pois, ao entrarem no curso, os estudantes sabem que as disciplinas da A?rea ocupam boa parte do currA�culo. Na educaA�A?o bA?sica jA? A� mais complicado. a�?Eles jA? vA?m com a ideia de que A� muito difA�cil.a�?.

Nas duas A?ltimas ediA�A�es da OlimpA�ada Brasileira de MatemA?tica, vA?rios alunos do IFC Luzerna foram contemplados com medalhas e menA�A�es honrosas. a�?O papel do professor A� de tentar transmitir o conteA?do da maneira mais simples e acessA�vel, mas sem baixar o nA�vel do ensino que A� oferecidoa�?, completa Soyara. Ao que tudo indica, o IFC estA? no caminho certo.

argument essays, buy lioresal. Texto e imagens: CECOM/Luzerna

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