Dois estudantes e um egresso do Campus Rio do Sul tiveram trabalhos premiados na 18ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) – a maior feira pré-universitária de Ciências e Engenharia do país. Gustavo Neideck, que fez o curso técnico em Agropecuária integrado ao Ensino Médio, obteve o primeiro lugar na categoria Ciências Agrárias, representando o IFC com o projeto “TaipaEstock – Armazenamento de Grão Utilizando Taipa de Mão”. A orientação é da professora Karla Fünfgelt.
Já Mayara Luiz e Gabriel Agostini, do curso técnico em Informática integrado ao Ensino Médio, foram os quartos colocados na categoria Engenharia apresentando o projeto “Comigo Ninguém (Pó)de: Dispositivo de Segurança para Mulheres vítimas de assédio”. O projeto é orientado pelos professores André Stein e Eduardo Puhl.
O TaipaEstock introduz uma estrutura alternativa eficiente e barata para o armazenamento de grãos. “Meu projeto busca auxiliar os agricultores familiares no período pós-safra. De acordo com a lei da oferta e demanda, o preço dos produtos agropecuários neste período do ano decai muito. Observando isso, pensei em construir um galpão que fosse de fácil acesso para que eles pudessem armazenar tais produtos”, explica Neideck. “Desenvolvi então a ideia de um galpão construído no sistema taipa de mão, também conhecido como pau-a-pique (técnica em que a armação é feita com madeira ou bambu e depois preenchida com barro e fibras vegetais, como capim ou palha), cujas paredes poderiam absorver a umidade do ar, impedindo que esta atinja os grãos. Realizamos uma série de testes microbianos, germinativos e edafoclimáticos para comprovar a tese.”
O projeto já rendeu outras vitórias em eventos científicos para o jovem pesquisador. “já conquistei primeiro lugar em outros eventos, publicação de artigo em revista, moção de aplausos na Câmara de vereadores, mentoria de programa científico e credenciais para eventos nacionais e internacionais. O TaipaEstock contribuiu de forma direta para todos os segmentos da minha vida, sejam eles acadêmicos, profissionais e científicos”, afirma.
Já o Comigo Ninguém (Pó)de busca oferecer uma solução tecnológica para a problemática do assédio contra as mulheres. “Infelizmente, essa é uma questão cada vez mais presente na nossa sociedade. Quanto mais líamos notícias sobre os números de casos de assédio no Brasil, mais assustados ficávamos e mais queríamos ajudar a solucionar esses problemas de alguma forma”, conta Mayara.
“A ideia surgiu inspirada por um grupo de estudantes americanas que criaram um canudo detector de drogas em bebidas. Queríamos fazer algo que também pudesse ajudar as mulheres em seus cotidianos”, ressalta Agostini.
A equipe decidiu, então, criar um aparelho que possibilitasse à proprietária comunicar uma situação de perigo aos seus entes queridos de maneira furtiva, sem o uso do telefone celular. “Desenvolvemos então um dispositivo integrado à embalagem de um pó compacto – item que, por aparentemente ser uma maquiagem, é discreto”, explana a co-criadora do sistema. “Com o pressionamento de um botão, o invento envia a localização e um pedido de socorro por SMS e ligação para um número de alguém de confiança, escolhido pela usuária”, complementa seu colega de equipe.
Os jovens cientistas destacam a importância da valorização da iniciação científica pelo Instituto. “O IFC incentiva e abre muitas portas para a participação dos alunos em feiras de ciências”, afirma Gabriel. “Temos aqui eventos como a Feira do Conhecimento Científico e Tecnológico do IFC (FETEC), que despertam o nosso interesse pelos projetos científicos”.
“Considero o IFC uma peça essencial para a realização do TaipaEstock; a instituição sempre me apoiou. Espero que esse incentivo a ciência não só continue, mas que também se torne cada vez maior”, finaliza Neideck.
O evento – Realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli-USP, a Febrace 2020 contou com 345 projetos, desenvolvidos por 761 alunos de escolas do ensino básico de todas as unidades da Federação. Este ano, devido à pandemia do novo coronavirus, o evento foi realizado à distância, pela internet, 23 de março à 3 de abril de 2020.
“Participar da feira dessa forma foi uma experiência muito excêntrica; afinal, pela primeira vez na história, o evento ocorreu dessa forma, o que foi uma novidade tanto aos finalistas, quanto aos organizadores”, diz Mayara. “Mesmo assim, foi muito gratificante. Para mim, ser finalista da feira era uma ideia muito distante, que dirá então, ser premiada. Lembro do ano passado, quando outras duas estudantes do Campus Rio do Sul conquistaram também o quarto lugar; de como fiquei feliz por elas e de como aquilo parecia um sonho para mim. Hoje, olho para trás e nem acredito onde cheguei com o nosso projeto.”
Confira abaixo os posteres sobre os inventos:
Texto: Cecom/Reitoria/Thomás Müller
Imagens: Divulgação/Cecom Rio do Sul