No início de 2019, foi criado um projeto de desenvolvimento de inovação tecnológica que pretende resolver um problema ainda bastante presente na atualidade: a ausência de um processo que identifique os cães por informações biométricas, ou seja, através de suas características biológicas individuais.
O projeto foi desenvolvidos por profissionais do LAPVET (Laboratório de Anatomia e Patologia Veterinária) e da Fábrica de Software, ambos do IFC Campus Araquari, em parceria com o curso de Bacharelado em Ciência da Computação da UDESC.
A ação, denominada “Projeto Biometria Canina”, surgiu durante uma aula prática de Anatomia Veterinária, em 2018, ministrada pela Professora Simone Machado Pereira, enquanto ensinava a anatomia dos narizes de animais domésticos. Já era de seu conhecimento a ideia de que existe um padrão único para a distribuição de sulcos e áreas do plano nasal dos cães, porém, a docente sabia que ainda não haviam feito proveito desta informação. Logo após o término da aula, Simone encontrou-se com o Professor Fernando José Braz — atual coordenador do projeto — e lhe propôs a ideia do “Projeto Biometria Canina”. Braz aceitou a proposta e, mais tarde, formou uma parceria com seus colegas da UDESC.
O “Projeto Biometria Canina” consiste na captação de imagens de narizes dos cães, por meio de uma câmera fotográfica, das quais são coletadas dados do tutor e do animal. Todas as informações ficam armazenadas em um banco de dados, que futuramente serão analisadas através de softwares específicos — desenvolvidos pelos professores do Departamento de Ciência da Computação da UDESC (Joinville), Roberto Rosso Júnior e André Tavares da Silva.
Para a realização da captação de imagens, cães filhotes ainda não são fotografados, pois os padrões de sulcos e áreas do plano nasal não são estáveis. Deste modo, apenas cães adolescentes e adultos podem participar. Além de cães conhecidos pela equipe da Medicina Veterinária do IFC Araquari, serão realizados eventos (divulgados no Facebook) para chamar tutores de cães, a fim de trazerem seus pets como voluntários para os testes.
Quando perguntado sobre o impacto e auxílio que esta ação causaria na população, Simone M. Pereira respondeu: “Imagine não precisar mais implantar chips subcutâneos ou fazer tatuagens de marcação em cães para identificá-los. Esses são sistemas que até funcionam, mas são limitados e invasivos. Através desse novo método, queremos permitir a utilização de um aplicativo de celular com câmera, que por meio de um alerta, será possível identificar o cão que está perdido”.
Esse projeto existe desde o início do ano de 2019, e o prazo do edital — nº156/2018 do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (PROPI) —, irá até o dia 31 de dezembro de 2019. Contudo, tendo em vista que a criação de um método demanda tempo de estudos e análises, é esperado que demore a ser concluído. Em consequência, o objetivo principal de 2019 é coletar imagens de 300 cães diferentes, criar o banco de dados com as fotos e, em seguida, analisá-las, a fim de criar um algoritmo que identifique os padrões.
Texto: CECOM/Araquari – Laís Tedesco
Imagens: Divulgação