O pesquisador britA?nico do Institute of Education de Londres, Robert Cowen, ministrou a conferA?ncia de abertura do Congresso Mundial da FederaA�A?o dos Colleges e PolitA�cnicos (WFCP) e da 40A? ediA�A?o da ReuniA?o dos Dirigentes das InstituiA�A�es Federais de EducaA�A?o Profissional e TecnolA?gica (Reditec), com o tema a�?TrajetA?ria da educaA�A?o profissional no mundoa�?, nesta sexta-feira (23).
Por quase duas horas, o especialista falou sobre educaA�A?o vocacional, o surgimento dessa modalidade de ensino na Europa industrial e os rumos que as escolas vA?m adotando no mundo globalizado.
Inicialmente, Cowen abordou o processo de modernizaA�A?o do JapA?o, na dA�cada de 60, quando o paA�s reconheceu que precisava de um novo modelo de educaA�A?o. a�?Eles sabiam que era preciso importar um modelo do Ocidente, por isso criaram escolas vocacionais, como de navegaA�A?o e engenharia, que se tornaram a base das futuras universidades japonesasa�?, ressaltou.
Para Cowen, o sucesso japonA?s nA?o se verificou em paA�ses como a China comunista, que, segundo ele, falhou ao tentar introduzir um modelo de educaA�A?o russo. a�?A maneira como importar e nA?o influenciar a cultura de um paA�s A� um grande desafioa�?, concluiu.
Outros exemplos de importaA�A?o de modelos educacionais, segundo o pesquisador britA?nico, foram a instituiA�A?o do doutorado alemA?o nas universidades dos Estados Unidos e a do ensino universitA?rio americano no Brasil. De acordo com o pesquisador, a educaA�A?o se torna vA�tima quando A� vista como um meio de se obter vantagem competitiva no mercado. a�?Carros e telefones sA?o produtos, mas a educaA�A?o A� sempre uma questA?o polA�ticaa�?, afirmou.
Economia do conhecimento
A globalizaA�A?o A� um termo que nA?o pode mais ser utilizado de forma isolada, na opiniA?o do especialista. Hoje, segundo ele, deve-se falar em globalizaA�A?o econA?mica, polA�tica e cultural. Outro termo que passou a ser empregado foi o da economia do conhecimento, que implica novas terminologias, tais como sistemas escolares efetivos e eficientes, habilidades e competA?ncias, sem contar as mediA�A�es de qualidade do ensino, como o Pisa (Programa Internacional de AvaliaA�A?o de Alunos).
Para Cowen, uma nova linguagem na educaA�A?o vem sendo inventada. a�?NA?o estou falando de inovaA�A�es do ensino, mas de uma nova linguagem, baseada na utilidadea�?, observou, ressaltando que a educaA�A?o estA? sendo deslocada do setor cultural para o econA?mico.
Finalizando, o conferencista britA?nico alertou que a preocupaA�A?o das escolas hoje nA?o A� mais estimular os jovens a pensarem como SA?crates ou com que as crianA�as entendam o mundo. a�?Querem que elas tenham competA?ncias e habilidades; querem um sociA?logo para pensar sobre o celular e 99 que entendam do aparelhoa�?, concluiu de maneira bem humorada, que agradou ao pA?blico.
O reitor do IFSP, Eduardo Antonio Modena, considerou a fala de Cowen bem atualizada ao momento polA�tico brasileiro, especialmente quando o britA?nico criticou a possibilidade de serem eliminadas do currA�culo matA�rias como filosofia e sociologia. Modena ainda ressaltou a relevA?ncia do resgate histA?rico de modelos educacionais levantado por Cowen, possibilitando a visA?o mais clara da real agenda de intenA�A�es embutida em propostas de reformas na educaA�A?o.
Lei mais sobre o assunto. Confira uma entrevista realizada com o palestrante AQUI.
*Texto: AndrA� de Freitas SimA�es e Denise Gonring Moreira a�� WFCP/Reditec 2016.
**Fotos: DivulgaA�A?o Mosaico Imagem/Reditec e WFCP 2016.