O Instituto Federal Catarinense desenvolve, no Campus São Francisco do Sul, um projeto de monitoramento em tempo real da qualidade das águas da Baía da Babitonga. O trabalho, financiado via chamada pública realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), visa desenvolver um protótipo de dispositivo eletrônico para coletar informações sobre o estado da água em diversos pontos da Baía – e que possa, posteriormente, ser replicado para utilização em outros pontos da cidade.
“O sistema vai coletar informações como temperatura, pH e turbidez em diversos pontos da Baía, principalmente em pontos de despejo de efluentes, efetuando um alerta virtual, através de aplicativo, às autoridades competentes – e também aos moradores locais, para que possam auxiliar na fiscalização”, conta o coordenador do projeto, professor Lucas Knebel. “A base de dados norteará ainda os investimentos para a despoluição da Baía da Babitonga em seu aspecto de balneabilidade, contribuindo de forma direta e indireta para a saúde pública, as atividades de pesca, o turismo, o comércio e a qualidade de vida e de lazer da população local e dos turistas no município”.
Knebel explica que a elaboração do projeto atua nos três eixos institucionais – Ensino, Pesquisa e Extensão. “O trabalho envolve estudantes de nível médio e superior – respectivamente, de Automação Industrial e Engenharia Elétrica. Quatro destes alunos são bolsistas e desempenham as atividades em conjunto com professores das área de Engenharia, Biologia e Ciência da Computação”.
O professor ressalta que a parceria com o município começou a ser delineada antes mesmo do lançamento do Edital. “O projeto foi apresentado à SMMA para verificarmos se ele atenderia à comunidade local e regional, seguindo assim um dos princípios norteadores do IFC. O secretário Gabriel Conorath nos deu essa confirmação, uma vez que o projeto poderia contribuir para que as praias do município conquistem a certificação internacional de Bandeira Azul – que tem como um dos critérios a qualidade da água”, diz.
A Bandeira Azul é concedida anualmente pela Fundação para a Educação Ambiental, sediada na Dinamarca, a praias e marinas que cumprem uma série de requisitos de qualidade ambiental, infraestrutura, segurança e conservação.
“Após a consulta inicial à SMMA, o edital de fomento foi lançado, e o projeto ficou classificado entre os que receberam o fomento no valor de R$ 30.000,00. Além disso, este é também o primeiro projeto do IFC a trabalhar com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária – FAPEU/UFSC”, conta o pesquisador.
Segundo Knebel, o monitoramento em tempo real das águas contribui tanto para a preservação do meio ambiente quanto para a proliferação do turismo. “Além integrar o sistema e contribuir para a manutenção da fauna e da flora, parte da população local tira seu sustento a partir do mar – que, por sua vez, tem de estar em boas condições para a proliferação de espécies de vida marinha. Já os turistas querem conhecer as belezas naturais, velejar e mergulhar; imagine então com seria bom se, antes de se banhar na água da baía ou do mar, eles pudessem consultar sua qualidade em tempo real. Esse protótipo também possibilitará isso”, destaca.
O coordenador do projeto ressalta que o trabalho está em sua fase inicial. O primeiro teste oficial de conclusão está previsto para meados de 2020. Após a implementação final, a manutenção dos equipamentos será efetuada pelos estudantes do IFC – estreitando-se assim a relação entre o IFC e o município. “Pode-se ainda dizer que este projeto será vitalício e terá seu status modificado para programa logo que se der a implementação em diversos pontos das praias”, conclui.
Texto: Cecom/Reitoria/Thomás Müller
Imagem : Arquivo pessoal/Lucas Knebel