A comissão responsável por conduzir o processo de revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do Instituto Federal Catarinense (IFC) no âmbito da Reitoria realizou, na última quinta-feira (19), reunião para dar andamento aos trabalhos. O encontro contou com a participação da reitora da Instituição, Sônia Fernandes, de todos os pró-reitores e dos demais servidores que compõem o grupo. Reuniões semelhantes também ocorrem em todos os campi da Instituição; após este período de deliberação local, uma comissão central irá unificar os dados e efetuar as devidas alterações no Plano.
O PDI identifica o IFC no que diz respeito a sua missão, filosofia de trabalho, estrutura organizacional, diretrizes pedagógicas e atividades acadêmicas. Suas informações subsidiam o desenvolvimento do planejamento institucional do Instituto. O Plano é elaborado para um período de cinco anos (atualmente, 2019-2023); no entanto, para que cumpra devidamente sua função enquanto referência, é importante que o documento seja constantemente revisado e atualizado. Este processo, encabeçado pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional (Prodin), inclui vários aspectos do IFC representados no PDI – como Perfil Institucional, Infraestrutura física e instalações acadêmicas, aspectos financeiros e orçamentários, Projeto Político-Pedagógico Institucional (PPI), organização administrativa, Gestão de Risco e perfil do corpo docente e de técnicos-administrativos, entre outros.
A reunião da comissão local da Reitoria foi conduzida pela diretora de Desenvolvimento Institucional do IFC e coordenadora do grupo, Bárbarah Sorgetz. O encontro foi aberto com uma breve fala da reitora, que agradeceu a equipe e ressaltou a importância do processo. “A revisão, às vezes, é tão ou mais importante do que a elaboração do PDI, pois já houve um tempo de maturação do que foi planejado, e é possível observar de forma mais adequada o que já se conseguiu e os desafios que ainda precisam ser encarados, à luz de um processo de análise e reflexão da conjuntura em que estamos”. Sônia lembrou ainda que a revisão transcende a atual gestão, requerendo portanto atenção especial e assertividade para que possa auxiliar também os procedimentos de transição e continuidade quando da posse de novos gestores.
Em seguida, a pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Jamile Delagnelo da Silva, ressaltou o caráter comunitário da revisão do PDI. “A articulação é coordenada pela Prodin, mas o processo é feito por muitas mãos; este mesmo movimento, de se debruçar sobre a realidade local e as perspectivas a médio e longo prazo, está ocorrendo também nos campi“.
A coordenadora da comissão local, Bárbarah Sorgetz, explicou então como seria o andamento da reunião e quais os temas que seriam abordados. Ela ressaltou a discussão do PPI durante os trabalhos. “Muitas vezes, aqui no âmbito da Reitoria, acabamos dando foco para questões de expansão de servidores ou infraestrutura; nos campi, a atenção se volta para abertura de cursos, por exemplo… mas o PPI tem igual importância nessas discussões”.
Alguns dos destaques apontados durante a apresentação foram o Perfil Institucional, a previsão de abertura de novos cursos e turmas e os cronogramas de ampliação do quadro de servidores (docentes e técnico-administrativos) e de expansão da infraestrutura para o período de vigência do PDI.
Outro ponto relevante do processo de revisão é o Farol IFC – projeto institucional mantido pela Prodin que reúne dados socioeconômicos de cada campus e da Reitoria (tanto internos quanto das localidade nos quais estão inseridos) para embasar as discussões sobre desenvolvimento institucional.
Uma questão que teve atenção especial durante a reunião foi o orçamento da Instituição. Os repasses anuais do Governo Federal vêm diminuindo gradativamente ao longo dos anos; conforme apontou a professora Sônia, de 2015 para 2021, a redução de recursos para Educação no país foi de cerca de R$ 30 bilhões — sendo a Rede Federal a instância com os cortes mais profundos.
O pró-reitor de Administração do IFC, Stefano Demarco, apresentou os dados orçamentários do Instituto. A exposição teve início com uma contextualização do orçamento institucional unificado, estabelecido em 2016, que modernizou o processo administrativo-financeiro do Instituto. “Somos uma única unidade orçamentária. E, cada vez mais, tentamos desconstruir a ideia de um ‘orçamento do meu campus‘ ou de ‘orçamento da Reitoria’, que pode ter sido necessária quando da criação do IFC e da Rede como um todo, mas não atende mais as necessidades atuais”.
Em seguida, Demarco passou para detalhes do orçamento anual — incluindo uma projeção para o próximo ano, que prevê um pequeno aumento em relação a 2021. O pró-reitor explicou que esta recomposição (que ainda não foi homologada) é menos animadora do que parece. “Voltamos ao patamar em que estávamos no exercício 2018, e de lá pra cá, além da ampliação da oferta de cursos e matrículas no IFC, infelizmente, a inflação retornou com força — e, havendo inflação, há mais dificuldade manter a instituição e alocar o orçamento nas atividades finalísticas”.
Ao longo de sua participação, Stefano detalhou questões como a implantação dos centros de custos no trato orçamentário do IFC (que delimitam setores e montantes específicos no orçamento, como Ensino, Pesquisa, Extensão, Programa e Projetos e Inovação, entre outros), o trabalho com a Matriz Conif e temas ligados à infraestrutura.
A reunião prosseguiu com uma exposição da diretora de Gestão de Pessoas do IFC, Eliza de Pinho, sobre a distribuição de vagas no IFC e na Reitoria, explicando a origem das posições (que não são novas, e sim provenientes de aposentadorias e redistribuições), os procedimentos utilizados para seu provimento, e as vagas destinadas à Reitoria e sua possível localização.
A próxima parte da reunião abordou o Projeto Político-Pedagógico Institucional do IFC (PPI). A pró-reitora de Ensino, Josefa Surek, contextualizou o papel do PPI dentro do Plano e no arcabouço teórico da educação brasileira para a gestão democrática. “Ele traz os elementos de conceito e concepção do ensino, da pesquisa e da extensão, que são as áreas finalísticas da instituição. A partir de 2017, ele passa a fazer parte do PDI — e pode-se dizer que ele é o coração do documento, já que traz os princípios filosóficos e a concepção da instituição. Todos os demais elementos do Plano deve estar alinhados com os conceitos que o PPI traz”, explicou.
A apresentação dos elementos do PPI ficou a cargo da pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação — incluindo concepções e princípios, as políticas de Ensino, de Extensão, de Pesquisa e de Inovação, e questões como a Editora do IFC e a política de Atendimento aos Estudantes. A seguir, o pró-reitor de Extensão, Fernando Taques, falou sobre o trabalho integrado entre as pró-reitorias e do seu efeito benéfico na construção de políticas e planejamento institucionais. Após esta introdução, Taques destacou algumas atualizações em regramentos externos ao IFC — como as diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE) para licenciaturas e marcos legais de inovação — e seus reflexos para a construção do PPI e do PDI. O pró-reitor apontou ainda a evolução do IFC no período de validade do Plano, em setores como a Editora, os cursos de pós-graduação Stricto Sensu, a constituição dos Núcleos Inclusivos, ações de empreendedorismo e relacionamento com egressos, entre outros.
Para encerrar esta parte da reunião, a pró-reitora Josefa destacou também as atualizações a respeito da organização e oferta de Educação a Distância (EaD) no IFC, incluindo a organização (com a criação dos CEaDs e NEaDs nos campi), a especificação de sedes e polos, a discussão de metodologias e a evolução da oferta, e o amadurecimento da compreensão das infraestruturas física, tecnológica e de pessoal necessárias.
O próximo momento do encontro foi a abertura para comentários, dúvidas e observações dos participantes da reunião. Finalizando a reunião, a coordenadora da comissão local da Reitoria reforçou a importância da revisão do PDI e deu detalhes sobre o cronograma do processo. Márcia Xavier, integrante da comissão, ressaltou que toda a comunidade acadêmica terá oportunidade de opinar sobre a revisão em uma consulta pública, que ocorre de 13/09 a 01/10.
A apresentação criada para orientar a reunião pode ser acessada aqui.
Texto: Cecom/Reitoria/Thomás Müller, com informações de Rosiane Magalhães e Carlos Pieri
Imagem: Captura de tela