O trajeto A� diferente do habitual. O clima A� ameno e no caminho hA? plantaA�A�es de grA?os. O pA?r do sol nos acompanha do centro de Abelardo Luz (oeste catarinense) atA� o Assentamento JosA� Maria. SA?o 32 km que separam a A?rea urbana da zona rural. A� em meio a este cenA?rio que o Instituto Federal Catarinense (IFC) trabalha para a implantaA�A?o da primeira unidade de ensino federal, no Estado Catarinense, instalada dentro de um assentamento.
O CA?mpus AvanA�ado Abelardo Luz conta com uma estrutura inicial. Se trata de uma A?rea do Incra, dentro do assentamento, que estA? em fase de doaA�A?o ao MinistA�rio da EducaA�A?o. Ao lado desta estrutura estA? a Escola Estadual de Ensino MA�dio Paulo Freire. Os cursos FIC e o curso TA�cnico em AgropecuA?ria Concomitante, ofertados pelo IFC no assentamento desde 2012, foram possA�veis devido A� parceria para uso da A?rea do Incra e da Escola Estadual.
Foi em meio a oportunidade ofertada do lado de casa e o desejo de se tornar professora que Sirlene Lucia Zape Albrecht, 18 anos, iniciou o curso TA�cnico em AgropecuA?ria do IFC. Natural de Faxinal dos Guedes, a jovem de traA�os alemA?es veio para o assentamento com 13 anos acompanhada do pai e de trA?s irmA?os.
a�?O pai queria uma terra boa para o cultivo, que fosse produtiva. Antes do curso eu ajudava a famA�lia na horta, em casa. Agora eu consigo ajudar mais! Aprendi coisas que pude levar para casa e ajudar o meu pai, aconteceu o contrA?rio tambA�m: trouxe muitas dA?vidas da lavoura em busca de conhecimentoa�?, conta ela, que transborda alegria ao falar das novas experiA?ncias e conhecimento: a�?Valeu a penaa�?.
Sirlene A� casada. Para ela o IFC dentro do assentamento vai alA�m de um incentivo para continuar a estudar. a�?O meu sonho A� fazer faculdade e ser professora. O IFC aqui A� bom, porque o povo gosta da roA�a e nA?o quer ir longe, estando prA?ximo quem quiser estudar vai ter a oportunidade de ficar na lavoura e aprendera�?, frisa ela.
Segundo CA�sar Schneider, coordenador do CA?mpus AvanA�ado Abelardo Luz, as atividades do IFC na cidade iniciaram em 2009 com a oferta do Curso TA�cnico em AgropecuA?ria Subsequente realizado em parceria com a Prefeitura Municipal. a�?O nosso cA?mpus A� vinculado ao CA?mpus ConcA?rdia. JA? estamos na quinta turma deste curso, que acontece A� noite na Escola AgrA�cola Municipal, localizada no centro da cidadea�?, conta ele.
A ideia de se voltar aos assentamentos nA?o surge por acaso. Abelardo Luz conta com a maior concentraA�A?o de assentamentos da reforma agrA?ria do Sul do Brasil. LA? vivem cerca de 1.500 famA�lias distribuA�das em 23 assentamentos. a�?AlA�m dos assentamentos aqui, temos A?reas indA�genas e A?reas assentadas nos municA�pios vizinhos de Passos Maia, Ponte Serrada e IpuaA�u. Somente nos assentamentos de Abelardo, temos um pA?blico atual de 1.500 estudantes das redes Municipal e Estadual que podem ter a sua formaA�A?o tA�cnica atendida pelo IFCa�?, reforA�a Schneider.
Um terA�o da populaA�A?o de Abelardo Luz A� assentada, sendo que 45% da populaA�A?o estA? na A?rea rural o que representa um universo de 7.650 pessoas.
PA?s-graduaA�A?o em EducaA�A?o do Campo
AlA�m das turmas de curso tA�cnico e FICs, o IFC oferta em Abelardo Luz a pA?s-graduaA�A?o Lato Sensu em EducaA�A?o do Campo. As aulas iniciaram em dezembro do ano passado para 42 alunos que atuam na rede pA?blica de ensino da cidade. De acordo com a coordenadora do curso, Liamara Fornari, este curso A� um marco polA�tico-pedagA?gico, pois A� o primeiro curso ofertado pelo IFC de forma integral no Assentamento JosA� Maria. a�?o principal objetivo do curso A� promover a formaA�A?o continuada de educadores das A?reas de reforma agrA?ria para oportunizar o aprofundamento teA?rico-metodolA?gico e atualizaA�A?o de sua formaA�A?o de intervenA�A?o polA�tico-pedagA?gica na realidade em que vivem. Assim, atenderemos uma demanda histA?rica desta regiA?oa�?, fala ela.
Francieli Fabris, de 31 anos, A� aluna do curso de pA?s-graduaA�A?o do IFC, tem dois filhos e se emociona ao lembrar das dificuldades enfrentadas para conseguir estudar. a�?Eu morava no interior e precisava ir A� cidade para estudar. NA?o era fA?cil! E agora, ter uma pA?s-graduaA�A?o no interior, dentro do assentamento, A� algo incrA�vel. NA?o penso sA? nos meus filhos, que terA?o a oportunidade de estudar e ficar no campo, mas na oportunidade que todas as 1.500 famA�lias assentadas terA?o de acesso A? educaA�A?o sem sair da A?rea rural. Eu nA?o penso a vida sem a escolaa�?.
A maioria dos estudantes da pA?s em EducaA�A?o do Campo lecionam na Escola Estadual JosA� Maria. a�?Uma oportunidade como estA? nA?o acontece em todo lugara�?, diz Francieli.
Para Altair Lavratti, um dos lA�deres do MST em Santa Catarina, os Instituto Federais nas A?reas de assentamento A� um pleito realizado em 2010 a presidente Dilma Rousseff. a�?O ensino A� fundamental para manter as pessoas na A?rea rural, pois os assentamentos estA?o envelhecendo. A� preciso ofertar oportunidades para que os jovens fiquem no campo. AlA�m disso, a educaA�A?o A� necessA?ria para que o cidadA?o seja construtor da sua histA?riaa�?, ressalta ele.
SEMINA?RIOa�� Nos dias 14 e 15 de marA�o aconteceu o segundo encontro da turma de pA?s-graduaA�A?o em EducaA�A?o do Campo. O seminA?rio iniciou A�s 19 horas, dia 14/03, e contou com a presenA�a do reitor do IFC, Francisco Sobral, do diretor-geral do CA?mpus ConcA?rdia, Jolcemar Ferro, coordenador do CA?mpus AvanA�ado Abelardo Luz, CA�sar Schneider, e de Roseli Caldart, estudiosa do Movimento, assessora pedagA?gica do Instituto TA�cnico de CapacitaA�A?o e Pesquisa da Reforma AgrA?ria e coordena o curso de Licenciatura em EducaA�A?o do Campo, parceria Iterra/UnB/MEC.
Roseli falou aos alunos, educadores das A?reas assentadas, Secretaria de EducaA�A?o e professores do IFC, sobre os a�?Desafios da educaA�A?o do campo na atualidade, o papel do Instituto Federal em Abelardo Luza�?. Ela ressaltou a importA?ncia do IFC dentro do assentamento para tratar de EducaA�A?o do Campo. a�?A� uma A?rea ampla e estA? se tornando uma categoria de anA?lise. A� necessA?rio entender o que A� a realidade da EducaA�A?o do Campo, que nasceu como uma articulaA�A?o de luta pelo acesso A� educaA�A?oa�?, disse ela.
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Para a estudiosa, trA?s eixos devem ser abordados na EducaA�A?o do Campo: campo, polA�tica pA?blica e educaA�A?o. a�?Temos quatro desafios pela frente para entender a EducaA�A?o do Campo: a) construir uma forma de que mais trabalhadores compreendam com profundidade o que estA? acontecendo no campo; b) participar da construA�A?o de uma outra lA?gica de agricultura; c) continuar a luta pelo acesso A� educaA�A?o; e d) desenvolver prA?ticas educativas e experiA?ncias pedagA?gicas para demarcar uma outra forma de pensar a educaA�A?o profissional em agricultura.
Para o reitor Sobral, esse A� um passo importante no acesso A� educaA�A?o. a�?Somos parte do processo de transformaA�A?o no acesso A� educaA�A?o. AlA�m disso, o IFC pensou este curso de pA?s-graduaA�A?o envolvendo professores que entendem o projeto e a causa do Movimento dos Trabalhadoresa�?, falou.
No dia 15/03 os trabalhos continuaram tratando do perfil, objetivos e planejamento do curso e finalizou com a reuniA?o com o setor de EducaA�A?o do MST para tratar do tema a�?Caminhos para construA�A?o do Politecnismo nas escolas de Ensino MA�dio do estado – Escolas Paulo Freire, Sementes da Conquista e 25 de Maio.
* Texto e fotos: CECOM/Reitoria.