Em entrevista especial a�� concedida durante a IX Micti a�� o professor, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rafael de Brito Dias falou sobre InovaA�A?o social e tecnologias sociais na pesquisa com os comunicadores do Instituto Federal Catarinense (IFC). Para comeA�ar a conversa, o docente afirmou que os conceitos de inovaA�A?o e tecnologia sociais sA?o polissA?micos, tA?m diferentes visA�es e interpretaA�A�es sobre eles. a�?Eles convergem no sentido da necessidade de promover a produA�A?o do conhecimento, novas tecnologias e inovaA�A�es orientadas para a promoA�A?o da inclusA?o sociala�?, ressaltou.
Segundo Rafael, o fato de simplesmente fomentar inovaA�A�es tecnolA?gicas nA?o A� suficiente para promover a inclusA?o das pessoas. Na palestra realizada na Micti, o professor exemplificou a questA?o ao pontuar dois exemplos: o canudo lifestraw e o Programa Um MilhA?o de Cisternas, o P1MC. O primeiro trabalha como uma soluA�A?o interessante, porA�m pontual e transitA?ria, para resolver o risco de contaminaA�A?o em locais onde nA?o hA? outra A?gua para beber. JA? o segundo, P1MC, realizado no Brasil, envolveu o trabalho de uma comunidade, junto aos pesquisadores, emA�criar uma rede de cisternas para captar A?gua da chuva em locais semiA?ridos. a�?A ideia do programa A� a de que as famA�lias utilizem essa A?gua em perA�odos de estiagem. Isso A� uma tecnologia social. Promoveu o vA�nculo entre pesquisadores e comunidade, verificou as necessidades e contribuiu com a autoestima da populaA�A?o envolvidaa�?, destacou.
Para o docente, a discussA?o deve ir alA�m e passar por questA�es como: que tipo de tecnologia precisamos desenvolver para uma sociedade mais inclusiva? Quais polA�ticas pA?blicas, pesquisas, formaA�A�es e trabalhos de extensA?o, nas instituiA�A�es de ensino, devem ser realizados? a�?A� uma conversa ampla e necessA?ria para um paA�s como Brasil, onde temos muitas necessidades e problemas a serem superados, que podem ser beneficiados com tecnologias desse tipoa�?, afirmou.
O papel das instituiA�A�es de ensino na inovaA�A?o e tecnologia sociais
A respeito da contribuiA�A?o das instituiA�A�es de ensino, Rafael abordou a experiA?ncia da Unicamp e destacou que lA? existem muitos grupos que trabalham separadamente nessas temA?tica (tecnologias assistivas, construA�A?o civil, aquecedor solar de baixo custo, tecnologias para catadores de materiais reciclA?veis, entre outras), entretanto ainda hA? pouca integraA�A?o entre os trabalhos, nA?o somente na Unicamp, mas em todas as instituiA�A�es do paA�s.
a�?A� realmente uma temA?tica que precisa ser melhor compreendida e mapeada de forma mais robusta. Ainda nA?o temos uma visA?o mais completa de tudo o que estA? sendo feito nas universidadesa�?, salientou. Para Rafael, a troca de experiA?ncias ainda A� muito fraca e um dos principais desafios dentro da universidade estA? na realizaA�A?o das redes de colaboraA�A?o.
Ao ser questionado sobre os trabalhos visualizados na Micti, o professor disse ter ficado impressionado com a qualidade e com o comprometimento dos alunos. a�?Vi alguns trabalhos relacionados com a tecnologia social, com temA?ticas envolvendoA�o territA?rio. Isso A� muito importante, pois precisamos saber o que acontece dentro do paA�s, entender quais sA?o as nossas necessidadesa�?, apontou.
De acordo com o entrevistado, A� possA�vel pensar grandes projetos, no A?mbito dos Institutos Federais (IFs), que acompanhem o aluno durante toda a formaA�A?o, agrupando aspectos de ensino, pesquisa e extensA?o. a�?Devemos nA?o somente levar o resultado da pesquisa para a sociedade, como tambA�m aprender com quem estA? do lado de fora. A extensA?o permite que a universidade aprenda muito mais do que ensine. A� uma visA?o equivocada e restritiva que ainda temos de que somente a universidade ensina. Se pensarmos assim, deixaremos de ter um movimento muito interessante que A� o de aprender com a realidadea�?, finalizou o professor da Unicamp.
*Texto: MarA�lia Massochin / Jornalista.
**Foto: Raquel Rybandt / PublicitA?ria.
***Enviados especiais para IX Micti e II IFCultura.