O Centro de Formação de Instrutores e Treinadores de Cães-guia, localizado no Instituto Federal Catarinense (IFC) – Campus Camboriú, recebeu as autoridades participantes da 43ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec 2019) para conhecer o Programa Cães-guia.
Durante o visita técnica, realizada no último dia 13/09, a reitora do IFC, Sônia Fernandes, agradeceu a presença dos dirigentes e falou sobre o pioneirismo do Instituto em ofertar a primeira pós-graduação lato sensu em Treinador e Instrutor de Cães-guia da América Latina. Também destacou as dificuldades enfrentadas na manutenção do Centro. “No IFC, o Programa terá um orçamento mínimo específico garantido pela instituição, independente da existência de políticas públicas, que continuaremos a buscar. Não vamos abrir mão do Programa de prestar um serviço educacional de qualidade e inclusivo como já estamos fazendo”, destacou a reitora.
O diretor-geral do Campus Camboriú, Rogério Luís Kerber, acrescentou os desafios enfrentados pela instituição para iniciar a pós-graduação. “No começo tínhamos somente três pessoas com a formação no Brasil. O Centro em Camboriú foi o projeto piloto para iniciar a expansão para outros seis Institutos Federais (IFs) escolhidos para instalação no país”.
Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer toda a trajetória do Centro, apresentada pelo coordenador, Luís Fernando Kluge. “O projeto iniciou em 2008 como uma ação de extensão do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE), com objetivo de formar especialistas para atuarem como treinadores e instrutores de cães-guia”, destacou. A partir da data, o projeto foi crescendo e já está na terceira turma de pós-graduação em treinadores e instrutores de cães-guia. “Até hoje realizamos 30 entregas de cães-guia e colaboramos com o aumento de profissionais capacitados. Conseguimos contribuir com o aumento significativo de cães atuantes no Brasil, atualmente estimado em 200”, afirmou. O coordenador ainda falou sobre a proposta em transformar o espaço em um Centro de Inclusão, englobando outras atividades além do Programa Cães-guia.
A apresentação sobre o funcionamento da pós-graduação foi realizada pelo coordenador do curso, Márcio Soares, e pelo professor André Luiz Torrecillas Sturion. Destacaram a organização metodológica das atividades e o pioneirismo em desenvolver uma grade curricular contemplando os três âmbitos de formação (alunos, cães e pessoas com deficiência). “Entre os objetivos principais do curso estão: a preparação dos profissionais especialistas em treinamento de cães-guia e como instrutores de duplas (pessoa com deficiência e cão-guia), e o aumento da oferta da tecnologia assistiva no país”, destacou Márcio.
Para representar os socializadores, o casal Fernando Cezar Silveira de Abreu e Mirella Teresinha Correa, na companhia da filha Clara, abordaram o papel das famílias socializadoras na educação da sociedade para que “abracem” a causa da inclusão e da sensibilização para o Programa Cães-guia. “Já estamos no quarto cão socializado e percebemos que o nosso trabalho é educar as pessoas e explicar a importância deste projeto para os cegos”, afirmaram.
Para finalizar a apresentação, a usuária do cão-guia Mambo, Luana Tillman, deu um depoimento a respeito da mudança de qualidade de vida proporcionada pela tecnologia. “Sinto mais segurança no andar, o cão-guia é mais assertivo e possibilita mais rapidez e dinamicidade no caminhar”, contou Luana.
Texto e imagem: Cecom/Camboriú/Marília Massochin