Será que a água de bebedouros é realmente potável? E qual a qualidade da água de rios? O projeto de pesquisa “Análises Fisioquímicas de Águas e Águas Residuais”, do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Blumenau, vem justamente para analisar parâmetros como cloro residual livre, turbidez e pH de águas potáveis (como de bebedouros) de escolas da região, e de águas residuais (como do Rio Itajaí-Açu).
A estudante Helena Heloisa Hoffmann, bolsista do projeto, explica que o pH indica acidez, neutralidade ou alcalinidade da água, já a turbidez, indica a quantidade de sólidos insolúveis na água, como areia, terra, óleo. Além de Helena, o grupo é formado pelos estudantes dos cursos técnicos de Informática e Eletromecânica integrados ao ensino médio Matheus Bissoloti Bueno, Vanessa de Souza e Priscila Lemke. Eles se reúnem às quintas-feiras, no Laboratório de Multiciências.
O projeto está dividido em duas fases. Na primeira fase, o grupo aprendeu a fazer análises e a usar equipamentos como Phmetro, Espectrofotômetro, Turbidímetro, Medidor de cloro e flúor e Oxímetro. Para esse estudo inicial, eles colheram amostras de águas do campus. Segundo o coordenador do projeto, o professor de Química Hélvio Silvester, o estudo contribui para a formação dos estudantes, que, para além da teoria, aprendem na prática a fazer análises que, geralmente, são feitas em cursos superiores de Química. “Os encontros promovem aprendizagem mais completa, com participação ativa, o que resulta em conhecimento mais sólido em relação a métodos puramente expositivos de ensino”, argumenta.
Projeto prevê coleta de amostras em escolas da região – A segunda fase do projeto começará em setembro, e prevê a coleta de amostras de águas dos bebedouros de cinco escolas públicas de Blumenau e região, e de águas residuais de rios, como do Rio Itajaí-Açu. No caso da análise de efluentes, a ideia é fazer amostragem em estações de tratamento de água, e ver se elas batem com os resultados já obtidos pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). “Assim, saberemos se estamos no caminho certo nas nossas análises”, acrescenta Silvester.
O professor Amarildo Otávio Martins, do Departamento de Ciências Exatas e Educação da UFSC, parceira do projeto, chama a atenção para a publicização de dados das amostragens feitas em escolas da região. “Os dados não serão publicados. Como não serão emitidos laudos, consideraremos apenas um exercício interlaboratorial. Se, por acaso, as análises das amostras nas escolas der um resultado distante do esperado, poderá servir como alerta, como orientação” observa ele.
Já os resultados obtidos na análise da água do campus e a metodologia adotada serão compartilhados com os alunos do 1º e 2º anos dos cursos de ensino médio integrado, dentro do conteúdo de Educação Ambiental, nas disciplinas de Química e Biologia. Também pretende-se apresentar esses resultados em mostras/congressos da região. O projeto deve ser concluído em novembro.
Texto/Fotos: Cecom/Campus Blumenau/Gisele Silveira