A revista científica online “Metodologias e Aprendizado”, criada e editada pelo Instituto Federal Catarinense (IFC), foi aprovada no processo de avaliação e indexado à plataforma científica de índice de impacto “Index Copernicus International – ICI“. Desta forma, além de se disponibilizar a publicação gratuitamente para pesquisadores de todo o mundo, é possível aferir quais são os trabalhos mais acessados e citados pela comunidade científica.
O ICI trabalha com a base estatística InCites Journal Citation Reports (JCR), que possibilita a avaliação e a comparação entre publicações científicas por meio de um banco de citações das revistas indexadas.
“O processo de indexação em bases e sistemas de verificação de impacto é importante para dar visibilidade à publicação e para que possamos entender como o nosso trabalho é lido e repercute em outras pesquisas”, explica o editor da revista, professor Eduardo Werneck. “Uma vez que temos esse sistemas, podemos mensurar que tipo de pesquisas nos buscam como referência e o tamanho do impacto dos artigos feitos no IFC sobre esses trabalhos”.
Werneck ressalta que a escolha pela indexação em uma base gratuita é parte integrante da filosofia de trabalho adotada pelo periódico, com apoio da Editora do IFC. “Existem dois caminhos que podemos seguir: um deles é o das bases particulares, no qual a publicação de trabalhos é paga. Para se ter uma ideia, hoje, as bases bibliométricas são controladas por apenas três ou quatro editoras mundiais, que cobra uma fortuna; uma revista de alto impacto chega a exigir R$ 7 mil por publicação. Como a pesquisa brasileira é pública, esse mercado é paradoxal; o governo federal financia todo o processo de pesquisa, e depois ainda precisa pagar para fazer as publicações. E, pior, pagar novamente para que nossos próprios pesquisadores tenham acesso aos trabalhos posteriormente, por meio do Portal da Capes”.
Diante disso, a Metodologias e Aprendizado adota outra perspectiva: a da publicação gratuita em repositórios de qualidade. “Estamos no movimento contrário: o de romper com o tradicionalismo de que “revista boa é revista paga”. Entendemos que ainda existem fragilidades nesse modelo; as bases gratuitas ainda não contam com o mesmo prestígio. Porém, sabemos que os altos valores da publicação nos veículos caros podem ser revertidos em mais bolsas de pesquisa e pós-graduação. Acreditamos ter acertado nesta aposta — e esperamos ter inspirado nossos colegas a militar nesta ideia de uma Ciência aberta”, considera o professor.
Sobre o periódico – A Metodologias e Aprendizado foi idealizada e desenvolvida dentro da sala de aula. “A revista nasceu no Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional (ProfEP), em um momento em que os alunos estavam se familiarizando com o processo de submissão, análise e publicação de uma revista, sobre como as edições mais famosas criaram seus critérios de avaliação e obtiveram seu prestígio no mundo científico, e o papel da publicação digital hoje na ciência”, conta Werneck. O êxito da primeira experiência fez com que se estendesse a revista para o acesso do público externo.
Devido à forma como foi concebida, a revista se configurou principalmente como um veículo para que estudantes realizem suas primeiras publicações científicas. “O aluno que está dentro do sistema de pós-graduação pecisa ter uma produção bibliográfica mínima; na Metodologias e Aprendizado, ele encontra um espaço para ter sua primeira experiência acadêmica e tirar suas dúvidas sobre o processo”, ressalta Werneck.
A revista tem cinco seções: Artigos, Memoriais (vinculada ao PROFPT), Relatos de Experiências, Planos de Ensino e Inovação e Geografia. A publicação é anual, e cada volume é organizado em torno de um tema central. O último número, disponível aqui, trata sobre a atual pandemia do coronavírus sob o ponto de vista do mapeamento e da análise espacial.
Texto: Cecom/Reitoria/Thomás Müller
Imagens: Divulgação